Em 15 dias, movimentação do talude de mina da Vale em Barão de Cocais passou de seis para 33 centímetros

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Em duas semanas, a velocidade da movimentação do paredão (talude norte) da cava da mina de Gongo Soco, da Vale, em Barão de Cocais, na Região Central de Minas Gerais, aumentou de 4 a 6 centímetros para 33,4 centímetros por dia. A informação é da Agência Nacional de Mineração (ANM).

Parte da estrutura deslizou para dentro da cava nesta sexta-feira (31). O fragmento, de acordo com a Defesa Civil, tinha cerca de 600 m². A Barragem Sul Superior, a 1,5 km do talude, não foi afetada.

Segundo o Corpo de Bombeiros, a tendência é que haja um escorregamento lento e gradual para o fundo da cava. Mais de trinta militares estão na cidade.

Ainda de acordo com a corporação, a equipe de geotecnia da Vale informou que não foi possível catalogar os deslocamentos em pontos isolados.

Moradores
Cerca de 500 moradores da área mais próxima da mina, chamada de zona de autossalvamento, já estavam fora de casa desde fevereiro. As mais de 6 mil pessoas que vivem na zona secundária de segurança, a cerca de 15 km do talude, só devem deixar suas casas se a barragem se romper.

O volume da Sul Superior é de cerca de 6 milhões de m³, quase a metade da Barragem do Córrego do Feijão que se rompeu em Brumadinho no dia 25 de janeiro e matou 245 pessoas. A lama de rejeitos da barragem em Barão de Cocais demoraria 1h12 para chegar até a zona secundária.

A população da cidade fez dois simulados de emergência. Em caso de queda da barragem, alarmes serão disparados e carros de som vão orientar as pessoas a sair de casa. Nesta hipótese, de acordo com a Defesa Civil, moradores devem seguir para pontos de encontro determinados.