Entrega de viaturas sem manutenção marca início de greve de servidores

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BEM PARANÁ

Policiais civis e militares farão no começo desta tarde de segunda-feira, 24, um ato simbólico com a entrega de 300 viaturas com necessidade de manutenção ao governo do Estado. A concentração será a partir das 13 horas no Parque Barigui, de onde os policiais devem seguir em carreata até o Palácio Iguaçu, no bairro Centro Cívico, onde será realizada a entrega ao governador Ratinho Junior.

A ação marca o início das paralisações por reajuste salarial de cerca e 20 categorias, entres eles de policiais civis, militares, agentes penitenciários, professores, servidores da área de saúde. Eles reivindicam um reajuste salarial referente à inflação dos últimos 12 meses, que representa 4,94%. As categorias, porém, afirmam que o congelamento já representa perdas salariais que alcançam os 17%.

Reuniões

Pela manhã, policiais civis e militares se reuniram para definir nova pauta de reação a declarações do governador Ratinho a respeito das dificuldades do caixa do governo em dar o reajuste pleiteado pela categoria e demais servidores. Na reunião foram definidas as estratégias para a paralisação da categoria, que pede o valor que não é reajustado desde 2016.

A partir desta terça-feira (25), as delegacias vão funcionar de acordo com a legislação de carga horária dos profissionais. “Nós vamos aos poucos implementando essas medidas, porque nossos policiais estão acostumados a trabalhar 50, 60 horas semanais. Então estamos orientando nossos policiais a cumprir, quem trabalha em regime de plantão, as 40 horas semanais e ir embora para casa. Quem trabalha em regime de expediente cumpre às 8 horas diárias de segunda a sexta e vai embora para casa”, ressaltou o presidente da ADEPOL-PR, o delegado de Polícia Daniel Fagundes.

A reunião foi na sede Associação dos Delegados de Polícia do Estado do Paraná (ADEPOL-PR). Estiveram presentes à mesa de reunião representantes das entidades dos Praças e Oficiais da Polícia Militar, dos Agentes Penitenciários, Investigadores, Escrivães, Papiloscopistas e Delegados de Polícia. “A cada declaração infeliz do governado Ratinho as coisas ficam mais difíceis. Todos sabemos que o estado está em plenas condições de ordenar aquilo que é de direito dos servidores. Não vamos recuar”, declarou Fagundes.

Ratinho Junior

Na última quinta-feira, 20, o governador Carlos Massa Ratinho Junior comentou a questão do reajuste dos servidores. Em entrevista coletiva concedida em Londrina, Ratinho Junior afirmou que o seu desejo é dar o reajuste aos servidores, a data-base, mas que o problema é que o governo não tem dinheiro. “Estamos fazendo esforços, cortando mordomias para construir um projeto que permita, daqui a alguns meses ou no ano que vem, dar reajuste aos funcionários. Minha função como governador é cuidar do equilíbrio e garantir saúde financeira ao Estado”, disse.

Ele afirmou que o esforço para melhorar o estado não deve ser só do governo, mas de toda a sociedade. “Podemos até pensar em reajuste, mas seria necessário aumentar impostos. E precisamos perguntar para a sociedade se quer aumento de imposto para dar reajuste para servidor”, disse ele.

Paralisação

Segundo os organizadores do movimento, nesta quarta-feira, 25, os servidores iniciam a concentração a partir das 9 horas no Centro Cívico, na praça Nossa Senhora da Selete. Marlei Fernandes presidente do Fórum das Entidades Sindicais (FES) garante que a adesão está forte e a orientação é que os pais não mandem os filhos para as escolas públicas estaduais.