Contribuição Sindical forçada gera revolta entre trabalhadores do setor de vestuário em Apucarana
A cobrança da contribuição sindical continua a gerar descontentamento e discussões entre trabalhadores do setor de vestuário em Apucarana, norte do Paraná. Recentemente, um grupo de 40 funcionários se manifestou contra o desconto compulsório de 4% nos salários, destinado ao imposto sindical. Apesar da resistência dos trabalhadores, o Sindicato das Indústrias do Vestuário de Apucarana e Vale do Ivaí (Sivale) afirmou que o procedimento de oposição à cobrança está exclusivamente sob a responsabilidade do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria do Vestuário de Apucarana e Região (Stivar).
Esses trabalhadores, muitos de Arapongas, compareceram ao Stivar para formalizar sua oposição, mas encontraram dificuldades burocráticas e foram informados de que a carta de oposição só poderia ser assinada após a homologação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) pelo Ministério do Trabalho. A presença da Polícia Militar (PM) foi requisitada devido ao tumulto causado pela situação, o que destaca a tensão que a cobrança sindical ainda gera entre a categoria.
A alegação do Stivar de que a homologação da CCT é um pré-requisito para registrar a oposição dos trabalhadores demonstra o nível de controle e complexidade que envolve a liberação dos trabalhadores dessa contribuição indesejada. O desconto, realizado uma vez ao ano, é dividido entre várias entidades, como o próprio sindicato, o Ministério do Trabalho, a confederação e a federação, sem permitir que o trabalhador tenha liberdade total sobre o uso do seu salário.
Por fim, mesmo que o Sivale esclareça que a inclusão da cobrança na CCT é definida por acordos entre os sindicatos dos trabalhadores e patronal, isso levanta a questão de por que os trabalhadores não possuem voz ativa na decisão final e são forçados a seguir um procedimento rígido e muitas vezes demorado para registrar uma simples oposição. Essa estrutura inflexível de cobrança, que deveria servir aos interesses dos trabalhadores, acaba, na verdade, impondo-lhes um encargo sem proporcionar a devida autonomia para escolha ou recusa de sua contribuição, gerando descontentamento e falta de confiança nas entidades sindicais.